Segundo a prefeitura de Boituva (SP), a empresa não possui inscrição municipal, nem liberação do Corpo de Bombeiros, exigências obrigatórias para operar.
Mesmo assim, voltou a divulgar voos com decolagem na cidade.
Vídeo mostra balão que caiu com mais de 30 pessoas voando bem baixo em Capela do Alto A empresa de balonismo Aventurar, envolvida no acidente que matou uma turista Capela do Alto (SP), voltou a oferecer voos mesmo sem autorização legal.
A prática foi denunciada pela prefeitura de Boituva (SP) nesta terça-feira (2), após monitoramento nas redes sociais identificar a promoção de novos passeios. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Segundo a administração municipal, a empresa não possui inscrição municipal, nem liberação do Corpo de Bombeiros, exigências obrigatórias para operar.
Mesmo assim, voltou a divulgar voos com decolagem em Boituva e tentou transferir sua sede para a cidade.
O pedido foi negado. De acordo com a prefeitura, a denúncia contra a empresa foi encaminhada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), responsável por fiscalizar e aplicar sanções a operadores aéreos.
Além disso, um boletim de ocorrência foi registrado na manhã de terça-feira (2) e enviado à Polícia Civil, que deve investigar o caso. Equipes de fiscalização também foram até o endereço onde a empresa já havia atuado na cidade, mas não encontraram atividades no local.
A tentativa da Aventurar de obter inscrição municipal para funcionar em Boituva foi negada, segundo a prefeitura, por falta de laudo de vistoria e liberação do Corpo de Bombeiros, além do histórico da empresa. A administração municipal reforçou que o balonismo é uma atividade turística consolidada em Boituva e que só pode ser exercida por empresas regularmente credenciadas e fiscalizadas.
Disse ainda que está comprometida com o respeito às leis, à segurança e à credibilidade do setor. Denúncias sobre atividades irregulares podem ser feitas diretamente pelos canais oficiais da prefeitura e junto aos órgãos de segurança pública. O g1 não conseguiu contato com a empresa até a publicação desta reportagem.
Dono da empresa e piloto foram indiciados A Polícia Civil indiciou por homicídio culposo o piloto e o dono da empresa responsável pelo balão.
Os dois indiciados pelo crime são Miguel Antônio Bruder Leiva, dono da empresa Aventurar Balonismo, e Fábio Salvador Pereira, piloto do balão.
O dono da empresa de balonismo foi intimado para prestar depoimento, entretanto, ele não compareceu.
A defesa alegou que ele está com problemas de saúde. O delegado de Capela do Alto, Luis Rafael Souza Campos, informou ao g1 que Miguel já havia sido intimado anteriormente, por carta precatória, mas também não compareceu.
Com o fim do prazo para conclusão do inquérito, a Polícia Civil encaminhou o caso à Justiça. A partir de agora, o caso segue para o Ministério Público, que assume a condução da próxima etapa.
O MP pode oferecer denúncia à Justiça, transformando os indiciados em réus, pedir o arquivamento do caso, se entender que não há provas suficientes, ou solicitar novas diligências para aprofundar as apurações.
Se a denúncia for aceita pelo Judiciário, o caso segue para julgamento. Segundo a Polícia Civil a empresa só tinha autorização para voos privados, e não comerciais.
Em depoimento, o piloto disse à polícia que uma rajada de vento inesperada provocou o acidente e que passageiros tentaram pular. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos indiciados até a publicação desta reportagem.
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O balão chegou a bater duas vezes contra o solo antes de cair e parar de vez.
Testemunhas contaram que essas colisões provocaram a queda de quatro pessoas do balão. Os feridos foram levados para o pronto-socorro de Capela do Alto e para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), mas já receberam alta. A mulher que morreu foi identificada como Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos.
Ela estava no passeio com o marido, Leandro de Aquino Pereira, com quem comemorava o Dia dos Namorados.
Era psicóloga e natural de Pouso Alegre (MG). Um vídeo feito por moradores mostra o balão fazendo um voo bem baixo pouco antes da queda (veja abaixo). Medidas de segurança Uma reunião de emergência foi realizada na segunda-feira (16), entre a Prefeitura de Boituva, a Confederação Brasileira de Balonismo e a Associação de Balonismo de Boituva para adotar medidas de segurança após o acidente.
Após três dias da morte de turista, a Prefeitura de Boituva lançou um cadastro online, na quarta-feira (18), para comunicação de voos de balão.
As empresas devem preencher o formulário com no mínimo quatro horas de antecedência no site da prefeitura. Entretanto, mesmo com um formulário obrigatório implementado, quase 20 voos de balões não foram informados à prefeitura de Boituva (SP) no feriado prolongado, entre quinta-feira (19) e sábado (21). Balão com 35 pessoas cai no interior de SP Arte g1 A psicóloga Juliana Alves Prado Pereira morreu em queda de balão em Capela do Alto (SP), quando comemorava o Dia dos Namorados com o marido Letícia Paris/TV Tem e reprodução redes sociais Balão tripulado cai em área rural de Capela do Alto Arquivo Pessoal Balão que transportava 33 passageiros caiu em uma área rural de Capela do Alto, a cerca de 25 quilômetros de Boituva (SP), de onde saiu.
Uma mulher morreu Letícia Paris/TV TEM Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM